Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar
da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafectos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
Mário de Andrade
É importante reflectir, que a crise tem uma forte componente psicológica, ou melhor dizendo de percepção na sua origem, desenvolvimento, manutenção e agravamento ao longo dos tempos. Eu diria mesmo que já andamos em crise há muito.
Deixo-vos um texto antigo que trata dessa questão de forma bastante didáctica e sobretudo natural da ideologia da Crise.
"Um Homem vivia na beira da estrada e vendia cachorros-quentes. Não tinha rádio e, por deficiência de vista, não podia ler jornais, mas, em compensação, vendia bons cachorros-quentes. Colocou um cartaz na beira da estrada, anunciando a mercadoria, e ficou por ali, gritando quando alguém passava:
- Olha o cachorro-quente especial!!
E as pessoas compravam. Com isso, aumentou os pedidos de pão e salsichas, e acabou construindo uma boa mercearia. Então, mandou buscar o filho, que estudava na Universidade, para ajudá-lo a tocar o negócio, e alguma coisa aconteceu. O filho veio e disse:
- Papai, o senhor não tem ouvido o rádio? Não tem lido jornais? Há uma crise muito séria, e a situação internacional é perigosíssima!
Diante disso o pai pensou:
- Meu filho estudou na Universidade! Ouve rádio e lê jornais, portanto, deve saber o que está dizendo!
E então reduziu os pedidos de pão e salsichas, tirou o cartaz da beira da estrada, e não ficou por ali, apregoando os seus cachorros quentes. As vendas caíram do dia para noite, e ele disse ao filho, convencido:
- Você tinha razão, meu filho, a crise é muito séria!"
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É "escaldante" a forma absurda como se lida com o dinheiro do povo.
Em homenagem aos Mártires das Invasões Francesas, foi mandado fazer ou feito por alguém do executivo; um denominado Elemento Urbanístico, com os nomes de todos os que foram martirizados há mais dois séculos na nossa terra.
Até aqui eu compreendo e aceito, uma homenagem nunca é de criticar, pelo contrário é de congratular a capacidade da existência de sentimentos que perduram nos tempos.
O que me fascina, é a chapa metálica ferrugenta, que temos colocada na zona da buciqueira como se fosse de facto um “Elemento Urbanístico” digno de ser visitado, fotografado e lembrado todos os anos, como o executivo da Junta de Freguesia quer fazer parecer perante toda a população arrifanense, quando afirma que as Invasões são para festejar continuamente independentemente de se andar pelas ruas a exibir o inimigo.
Teria feito assim tanta diferença no orçamento da Junta ter colocado ali algo para durar? Uma pedra de granito gravada e um foco fixo no chão iluminando a pedra com uma vedação simples em toda a volta do Elemento Urbanístico?
Talvez este seja mais um caso daqueles chamado de nepotismo, onde “o barato é rato” e como se costuma dizer “casa de ferreiro espeto de pau”. A chapa não deveria pelo menos ter levado um banho metalizado, ou algo que protegesse da ferrugem? Pelos vistos não, o Sr. Presidente Dário Matos respondeu a esta minha questão, mesmo sem precisar de perguntar, quando questionado por um membro da Assembleia, Alcino Monteiro, dizendo que primeiro tinha de ficar bem ferrugenta e só depois seria banhada. Ora, ora, eu devo ser “burra” ou então tirar um curso sobre como tratar o ferro. Toda a gente sabe que se a chapa tivesse sido metalizada duraria o dobro, em vez de uns 10 anos duraria uns 20. Mas como alguém também bastante inteligente disse, nessa altura já cá não estamos, quem ficar que feche a porta.
Verifiquem arrifanenses, quem nos governa, que fizeram esta aberração para perpetuar e homenagear definitivamente os Mártires das Invasões Francesas. Há 201 anos que se comemora simbolicamente esta tragédia e só agora se lembraram de a perpetuar… Valha-nos o nosso juizinho que ainda sabemos o que queremos e quem acha que estas minhas palavras são uma aberração, pode juntar-se à chapa ferrugenta e ficar lá a venerá-la até que não consiga ler um único nome, pois já não deve faltar muito.
Gastem dinheiro em obras, tirem os buracos das estradas, requalifiquem Arrifana e façam-na crescer, não desperdicem o dinheiro com “brincadeirinhas invasivas”.
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