Domingo, 27 de Abril de 2008
Chegaste até mim
Chegam até mim sinais de ti
como se eu fosse um telégrafo
bem antigo que decifra códigos
e os transforma em delícias de amor.
Longínquo e sempre distante,
apareces como se fosses
uma equação matemática
ou um jogo de letras.
Eu vislumbro os números e letras
que a compõem através da retina esverdiada
e transformo a mensagem
na mais bela maravilha do amor.
Tu, simplesmente surrealista
envias um ponto, uma vírgula
ou simplesmente não dizes nada...
E eu, através do sentimento mais nato
que nos aperta o coração
decifro a tua mensagem.
E porque será que me dizes
sempre a mesma coisa!...
Porque será que eu descodifico
sempre a palavra Amor.
Será o meu alfabeto?...
Ou será simplesmente o nosso universo?
Sexta-feira, 25 de Abril de 2008
O meu olhar...

Reencontrei o brilho dos meus olhos...
...nas tuas palavras!
A beleza não se vê em meu olhar,
Sente-se na minha presença, no meu interior
Camuflada pelos sentimentos e bondade
Pensamentos puros como as águas mais límpidas
Dos nossos rios e ribeiras…
Esses sim, tocam fundo ao ponto
De quererem empurrar o coração para fora
Quando estás a meu lado.
Consigo ver a Natureza que percorres,
Consigo ver-te gritando às árvores
Falando às ervas, rodopiando pelo monte,
Pegando a água transparente dos regatos entre os dedos finos…
Consigo ver-te falar com os cágados
Inspirado na objectiva que os fotografa
Como se fosses o pai de uma grande família
Que quando não pode ser própria Natureza
Pode pelo menos contemplá-la pelas suas imagens…
Como posso eu esquecer que te adoro,
Que te desejo e te amo…
Mesmo sabendo que o mistério do amor
Percorre a linha do horizonte por onde ando
E quase sempre me perco e/ou encontro…
Sábado, 12 de Abril de 2008
Cansei de esperar...
Pelo universo cansei de olhar
De tentar ver o impossível!
De Suspirar a cada gota de chuva
Que cai e me molha a pele seca…
Cansei de não ver teu brilho
Nos olhos claros de orgulho…
Cansei de ser eu mesma
De sonhar de olhos abertos
Esperando ver o contorno
Do teu corpo celeste
Que me cansa de amar…
Cansei de sofrer pelo amor
Que me dás a cada minuto que passa,
Quero ser pura e não consigo
Deixar de gostar de ti…
Cansei de amar o impossível
De esperar pelo cair da noite
Para sonhar contigo…
Deito-me no manto de manta morta
Esperando que me canses de amor
E tu não apareces…
Cansei-me de ti e tu nem deste conta…
Quinta-feira, 10 de Abril de 2008
Pedaço de mim
Pedaço de mim entre ramos,
Perdido no meio de uma Natureza densa
Com borboletas voando
E pássaros chilreando...
Olho a linha curva que contorna as montanhas
E penso no brilho dos teus olhos.
Desenho-te no céu limpo entre raios de sol…
Deitado na rede que me sustenta,
Imagino-te a meu lado,
Falo-te em tom meigo
Como se estivesse sussurrando
No teu ouvido delineado e perfeito.
Ouço a tua voz com tom brilhante e sotaque a luz,
Conto-te estórias da minha vida e tu escutas.
Somos amantes da mesma Natureza
E com ela vivemos momentos de prazer
Recheados de amor platónico,
Sufocos de paixão nos atormentam a alma gritante
De quem quer viajar pelo mundo desconhecido
E imperfeito do destino.
E tu, minha amada, estás sempre aí,
Ouvindo meus gritos de ajuda
Meus pedidos de paixão,
Minhas insólitas incertezas,
Meus desejos de prazer,
Que ao amor chamamos de loucura…
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