
Como poderei ser eu, simples resgate infame,
Se tu estás sempre longe dos deuses, perdido e só,
Como se ser simples fosse tão fácil.
Como te olho distante e me perco e fico triste,
Pois não te vejo com olhar de quem me ama,
Mesmo assim perdi-me, deixando-me ir,
E entre teus lábios perdi os meus sentidos
E entre teus caminhos perdi o meu pudor.
Sou reles, sou fissura no amor descontrolado,
Mas amo teu corpo, teu cheiro, teu olhar.
Simplesmente respiras meu ar quente e sufocante,
Mas eu não fujo, nunca fugi, porque me atrais me atiças.
Meu rosto pálido de pouco dormir te olha,
Simples são teus lábios e é sempre neles que me perco,
Molhados me arrepiam o ser, me ajeitam a desajeitada que sou.
Espero que te aproximes, que caminhes para mim.
E entre teus lábios perdi os meus sentidos
E entre teus caminhos perdi o meu pudor.
Não sinto nem medo, nem raiva do que fiz,
Apenas me perdi, me deixei ir pelo teu caminho,
Respondi aos teus pedidos simples,
Aos teus abraços apertados e repletos de ardor.
Sou simples, serei simples, olharás sempre para mim
E Verás a rápida decisão de amar sem pensar.
Mostrei-me e não senti pudor de nada,
Requintei-me de paixão em teus braços.
E tu sim, mostraste-me a perdição de uma loucura.
Que amor desenfreado de preconceitos escuros,
Que arrepio sentir-me mulher perdida,
Mulher entrelaçada pelas sendas obscuras da perdição.
E entre teus lábios perdi os meus sentidos
E entre teus caminhos perdi o meu pudor.