Vieste ver-me à tardinha, quando o sol descia ao oceano,
E longe dele me encontraste, a saborear a lembrança de um passado.
Traçaste linhas no céu com meus braços, olhaste comigo o brilho da luz de um Sol só nosso...
Teu olhar cravado no meu...
Tua boca pedindo a minha...
E o teu abraço surgiu quando o Sol já se punha, pendurado pelo ramo da loucura…
Envolveste-me...envolveste-me num aperto de paixão e meus olhos cerraram de desejo...
Os meus braços estenderam-se para ti...
Os beijos ternurentos realçavam-se sobre os ramos velhos de uma árvore que não conheço.
Que embaraço o meu, eu queria apenas viver um momento.
Hoje caminhei pelos raios de sol ao teu encontro
Mas não te encontrei…
Ouvia-te ao longe no grito das ondas do nosso mar
Chamavas por mim, num sussurro gritante de sufoco.
A tua imagem estava deitada no alto mar,
No azul celeste de uma colcha de ondulação leve…
Meu coração batia forte e o meu passo apressava…
Era difícil chegar perto de ti.
Sempre que me aproximava fugias para mais longe não ficavas…
Eu continuava sozinha…
Contemplando aquela miragem.
Este céu encoberto pelas nuvens escuras do tédio que sofro,
Faz-me ficar presa ao mundo que tu escolheste para mim.
A mágoa corroída circula-me no sangue estragado por ti…
Fizeste-me feliz um dia, e infeliz para sempre.
Foges do meu caminho e puxas-me por uma corda enrolada
No meu pescoço, como se eu caminhasse para a forca da vida.
Deixo-me ir pisando tuas pegadas de elefante gigante atormentador,
Tremo de medo petrificado de mau cheiro num caminho escuro,
Fazes-me tanta falta… que sigo contigo de mão dada para o abismo…
Sei que irei cair, em queda livre como gostas, sem pensar em nada…
Aliviada da dor do amor, morrerei feliz e o teu coração passará a ser o meu.
Hoje acordei com o silêncio das gotas de chuva,
O meu coração batia suave de emoção…
Meus pensamentos soltavam-se pelo quarto aquecido
E o mistério de ti vagueava dentro de mim…
Sinto-me parada na parada da vida!
Olho-te no pensamento e vislumbro a tua imagem,
Mesmo sem Sol, vejo-a reflectida no nosso mar
Tu apareces sorridente…
Preso nas gotas de chuva de Verão
Cais sobre o meu corpo e escorregas…
Não te quero perder, mas tu segues não ficas.
Poesia me pediste, poesia te vou dar,
o mistério das letras que nos podem transformar...
O amor, o proibido, o inconstante...
dedicar-me a ti pedra dura, rochedo quebrado, areia dourada
forçosamente inconstante, sorridente, com lágrimas...
Presa a ti me sinto, como cristal de sal salgado, que perdoa o crime por ti deixado.
Que dizer-te mais forte, mais verdadeiro que o amor quebrado
pelo silêncio deixado nos poros do meu corpo pouco tocado!
Simplesmente sufocada me deixo ir, numa linha inexistente
que é apenas um bocado de ti.
Pediste-me poesia, como se eu fosse poeta,
como se soubesse dizer-te a importância das minhas letras,
pedaços de mim e de ti, de nós, pedaços de riqueza esquecida pelo mundo.
Move-me os braços parados de carícias que não fazem,
move-me o peito apertado de amor esmagado,
move-me a cabeça dura que tenho e insisto em preservar,
como se o milagre da vida fosse igual ao da morte.
Pediste-me poesia, poesia degradante de lágrimas choradas rojadas pelo rosto pálido,
tal como disseste que eu era naquela viagem imaginária que fizeste a meu lado.
Morde-me ferozmente a carne e deixa-me a sangrar,
eu preciso de ti como se o sangue das minhas veias fosse gelado
e só o teu calor me aquecesse e rejuvenescesse a minha juventude calada.
Laços de afecto nos unem ao imaginário,
Percorro o teu cérebro inquieto e audaz,
Fazes-me falta e eu fujo, corro, amedronto-me
Não consigo entrar.
Essa porta imaginária que abre caminho
Pelas sendas estreitas de um raio de sol
Que se reflecte no nosso mar
Deixa-me sozinha e melancólica.
Percorro de mão dada com a saudade
O caminho que percorremos lado a lado
Até à porta do coração, mas não entramos.
Saudade na despedida, aperto, felicidade,
Sentimento fixado no ventrículo apertado
Que me esmaga pela ausência de ti.
Silêncios perplexos pelo exaltar da beleza
Alentos misteriosos de amor
Olhar-te sufoca-me de saudade
Lembrar-te pelas cores do Verão
Entristece-me as cores do Outono a chegarem.
E eu, sem ter sentido o cheiro a mar
A brisa celeste de uma loucura de Verão
Tenho apenas saudade de olhar-te
De pensar em ti quando chego perto da janela
Quando sinto o clic das gotas de chuva
Lembrarem-me um sonho passado
Quero estar perto e estou longe
Deixa-me olhar-te...espera...és lindo!
O azul do mar que me inspira ao olhar
Tempos passados, tempo a naufragar.
Sorrisos despertos num abrir e fechar,
De olhos perpétuos ao longe a olhar.
Reviver o passado, viver o presente,
Pensar no futuro como amor para sempre.
São as razões que nos levam,
Ao sussurrar no ouvido da gaivota gigante
Que te traz a razão ao peito gritante.
Amor ou paixão, carinho ou vontade,
Afinal que quero desse infame passado!
Vem de novo gritar no meu peito dorido,
Sentir que no fundo estás mesmo perdido.
Olha bem ao longe na linha do horizonte,
Recorda a sereia imaculada, branca e pura
Que em teus braços deitou,
Se deu com amor e sozinha ficou.
Herói …
Esse que te adora
Que te beija e deseja
Que te abraça e que te embaraça
No imaginário de um sonho
Que te deseja e não te tem
Que te salvará e não te terá
Que pensa ter-te e nunca terá
Que sabe sempre que é um sonho
Herói ....
Isso só na fantasia
De se ser o que não se é
Ter algo que não se tem
Sentir o que não se sente
Viver num limite do imaginário
Herói…
Que quer e ainda sente,
Aquele beijo imaginário
Depois do pôr-do-sol
Sente aquele abraço de ternura
Sente o carinho que nunca teve antes
Sente a tentação de satisfação
Sente a atracção, a sedução
Sente a correspondência
Sente a impotência
Sente que nunca voltará a sonhar…
(Adaptação)
Água translúcida e omnipotente.
Mergulho nela, no seu trepidar silencioso
Embebedo-me do seu suco transparente
E sinto a frescura da sujidade que escondo.
Água pura, cristalina, perpétua de sabores
Que à língua maldita e trémula de pecado
Finge lavar e humedecer.
Moem-me os ossos secos pela falta da água
Repica em silêncio ensurdecedor sempre que escorrega
Pelo viaduto inclinado do esófago arrepiado
Pela frescura de um sémen que me alimenta.
Perpetuo-me sem dó nem piedade e morro.
A tua voz voltou, um timbre com sotaque a luz
A minha alma resplandeceu de brilho
A saudade quebrou, e a noite voltou a ter luar
Marca-me a sina, designa meu destino
Leva-me daqui para longe,
onde os sonhos se tornam realidade
luta pela minha alma
mancha-me o vestido, provoca-me, torna-me ousada
lucra o dinheiro perdido na rotina do diabo
volta a fazer parte da minha vida
eleva-me a um pedestal onde só tu me vês
meu corpo espera-te ansioso
tuas mãos suaves revestem-me os sonhos
limpa-me o ferro velho que me atormenta
e viaja no tempo a meu lado.
Marca-me os dentes no peito dorido
Fere-me para que acorde do pesadelo
Lambe-me o sal abandonado na minha pele
Faz de mim um poço impregnado que te alimenta.
Mordisca a carne velha e flácida de ausência
Prova-me a carne sem tempero
Renova-me as energias perdidas
E faz-me feliz outra vez.
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